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A mostrar mensagens de 2019

Fomos nós!...

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Encontros e desencontros. Instantes. Momentos de glória, Momentos de história. Alegrias e tristezas No meio de tantas incertezas. Nada é como queremos, Nada é como planeamos. Ao sabor da “maré”, Por entre “vagas” de esperança, Lá vamos navegando Por rotas não definidas, Mas certos de que a algures chegaremos... Personificamos a natureza Desumanizando a humanidade. Procuramos, porque nunca nos basta... Ultrapassamos limites Julgando-os ilimitáveis. Contentes, mas sempre descontentes, Com uma fome insaciável De tudo o que não temos... Somos nós!... Aqueles que já tanto fizeram E que algo precisam desfazer. Aqueles que, com caráter de insatisfação, Jamais podem remediar Apenas com o coração. Somos nós!... Nós, que temos vindo a criar A geração do futuro. Um futuro que precisa sorrir Aos que têm portas por abrir. Um futuro que precisa abraçar Os que continuam a caminhar... Fomos nós!...

Recomeço

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Cada dia, cada recomeço. Em mim assim acontece, Garantindo-me que não me entristeço Só porque me apetece. Recomeço... Arrumando situações Pelas quais não padeço. Recomeço... Procurando entender Pessoas que me causam cansaço. Recomeço... Porque ao recomeçar Entendo que a vida se faz passo a passo. Recomeço sim, Procurando que os sonhos Continuem a fazer parte de mim.

Senhora idosa

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Lá adiante na idade me revi Numa senhora idosa que passou por ali. Suas compras trazia com ansiedade Esperando que a ajudassem de verdade. Sozinha, parada, pensava Em como as suas compras agarrava. De bengala, sacos e carrinho, Perguntei-lhe se queria ajuda, com carinho. De olhos brilhantes me olhava Gaguejando, sem saber o que esperava. Insisti, então, segunda vez, P´ra que ela percebesse a sensatez. «Obrigada minha menina...» Respondeu-me com a sua voz bailarina. A senhora idosa me sorriu E mais algumas palavras proferiu. De repente senti que preenchi O vazio existente naquele rosto A olhar para mim!...

O que quero?...

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O que quero?... Querer, quero muito No meio do nada. Quero ter a dimensão Do saber em confusão, Ter a certeza De que existe clareza. Quero ter na vivência O que se faz em consciência E ter a decisão Do poder de reflexão. O que quero?... Não sei se quero Se não... Gostaria de querer Controlar a minha mente. Sei que agora o faço Sem saber o próximo passo. Quero aproveitar Enquanto durar. O que quero? Quero continuar a pensar Que ao estar Posso continuar a criar...

O silêncio da noite

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O silêncio da noite Encontra-se com o meu silêncio. Ouvem-se um ao outro. Olham-se um ao outro. Desconhecidos, Mas sempre demasiado ligados. O meu silêncio Provoca a inquietude do outro. O silêncio da noite Desconforta o meu. Desafiam-se... Mas como?... Se só existe um silêncio. Um silêncio demasiado silencioso, Cheio de quase tudo mudo, Mas gritando alto. Tão alto, Que desperta todo e qualquer sentido Envolto num inconsciente Que precisa estar presente A todo e qualquer momento. No silêncio da noite Vive o meu silêncio. Numa cumplicidade Que tanto me obriga a questionar Sobre a disparidade Existente no seio da realidade! Em silêncio Eu posso pensar.

Cor de rosa

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Olhar em cor de rosa A escuridão da mente, Escrevendo mesmo em prosa Sobre o que está ausente. Sentir a leveza Da liberdade existente, Aproveitando a Natureza Que nos interceta subtilmente. Perceber ensinamentos Que tanto descartamos, Ajustando conhecimentos A temas que futuramos. Saborear a existência Enquanto a floreamos, Teimando com persistência A mudança de certos planos. Olhar em cor de rosa A obscuridade da vida, Mantendo-a prazerosa Ao pormenor a que nos convida.

Parecer ser...

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Nem tudo o que parecer ser, é. Nem tudo o que é, parece ser. Imagens imaginadas ao olhar, Muitas vezes desfocadas Do que se parece tratar. Parecendo é existindo, Mas ao parecer Vai-se exigindo Que o parecer Não vá iludindo Aquilo que é só parecido. Parecença não é certeza, É apenas e só Definição sem clareza De uma imagem real Onde se busca alguma beleza. Ao se querer parecer Aquilo que seria suposto ser, É uma viagem ao ridículo Que passa a parecer ser Só mais um capítulo...

Desabafos

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Nem sempre o aceito, Mas quanto mais olho Mais sinto o vácuo existente Entre amizade e conhecimento... Nem sempre acredito, Mas quanto mais vivo Mais me limito A olhar para o infinito... Preciso alcançar O que ainda não foi dito, Preciso apelar Ao que ainda não foi escrito... Algo ainda pode ser invertido Por não estar definido. Alguns valores podem ser modificados Por ainda não estarem delineados. Por vezes, só vejo quadros pintados Com mensagens Totalmente deturpadas, Mas que se repetem desordenadas... Em cada mente um pensamento. Em cada olhar um interpretar. Em cada momento um sentimento Capaz de nos abraçar Na hora de não querer pensar!...

Viver...

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Quando a sede do saber Se inunda na vontade do ser Impregnada na curiosidade de perceber Tudo o que constrói o viver... Quando, no entanto, se percebe Que não se vive só por viver, Mas que algo por trás intercede Na natureza do acontecer... Quando o resumo do querer Sobressai na consciência do entender, Sente-se que para acontecer o viver É preciso vontade de o receber...

Algures...

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Algures, Não sei onde nem porquê, Mas algures Onde tudo parece perfeito, Onde parece ser o destino eleito... Cá de longe Admiramos o efeito, Mas sem perceber Que em todo o lado O que existe também tem defeito. Algures, Porque quero ir mais além, Quero perceber por mim Sem ser descrito por alguém, O que existe também. Porque só assim Posso adquirir conhecimentos Que só o mundo contém. Algures por aí, Não sei onde, Algures onde o mar Vai e vem batendo sem desdém...

Pontes...

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Quando os «ses» se encontram com os «mas», Quando se confundem e difundem entre si, Quando se elam a palavras confusas, Mesmo assim, Traçam rotas indefinidamente precisas. A função das letras nas palavras Permitem ao vasto imaginário A descrição de sonhos recatados Capazes de modificarem realidades. A excentricidade do pensamento Aliada à visão introspetiva Observando a complexidade da vida Desenham pontes, Pontes essas dirigidas ao conhecimento... Ao conhecimento ou ao desconhecimento, À sabedoria ou à aprendizagem, À constante capacidade De desafiar a coragem!... 

Tempo cinzento

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Tempo cinzento mas sem vento Levas-me a longos pensamentos, E em determinado momento A procurar novos argumentos... Tempo cinzento mas sem chuva Fazes-me sentir viajando Num sentimento de viúva Levando a vida chorando... Tempo cinzento mas sem frio Fazes-me criar expetativas De modo a preencher um vazio Procurando ideias criativas... Tempo cinzento tu existes Tal como eu existo também, Mas por vezes tu persistes E eu não desisto de ir mais além!...

Saudade...

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Um dia senti saudade. Saudade de sentir  A alegria que outrora me assolara. Saudade da necessidade de ser feliz, De transportar para o agora O que a inocência me ensinara, Senti saudade de brincar, Saudade da rua  Onde nasci e ali aprendi, De tudo o que me rodeava E que tanto me agradava. Um dia senti saudade Da genuinidade de cada palavra Que entre amigos se pronunciava, Senti saudade da cumplicidade, Da capacidade da arte De dizer a verdade Sem qualquer tipo de maldade. Ainda hoje sinto saudade. Saudade de um presente menos ausente, De um caminho menos acidentado, De um sentimento menos conturbado. Sinto saudade

Aquele silêncio

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Aquele momento de silêncio Que outrora aconteceu, Quando conversaste baixinho Num encontro com o teu eu... Silêncio não é desprezo, Nunca o senti assim, É onde encontro o meu respeito Num aconselhamento sem fim... Gosto do silêncio da praia, Da sua mistura de sons, Os quais tanto me acalmam E me fazem pensar noutros tons... Gosto do silêncio do campo Que aos sentidos me apela Observando a natureza Na sua leveza singela... Gosto do silêncio só por si Sem ser de modo eterno, Preciso dele para mim Como de um abraço materno...

Perder

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Perder... Aquele sentimento Imposto pela vida. Aquele momento Em que nada faz sentido, Em que só a palavra Provoca dor. Perder corrói, Despedaça, desconstrói. Mas é com a perda Que aprendemos a valorizar, A acalmar, a renascer, Renovamos sentimentos, Aprendemos novos momentos, Ganhamos outros conhecimentos... Perder... para poder ganhar!...

O que somos...

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Somos o que somos... Somos o que pensamos ser E ao sermos Somos aquilo que, efetivamente, Um dia deixaremos de ser. Chegámos ao ponto de sermos Muitas coisas que, possivelmente, Nunca pensaríamos vir a ser, E somos ainda Tudo aquilo que fazemos Para mudar o que somos. Somos o que somos... Humildes, tolos, estúpidos, Gentis, grandes, pequenos, Altos, baixos, gordos, Brancos, amarelos, morenos. E por sermos o que somos Não somos inferiores ou superiores, Tão somente somos o que devemos ser...

Poesia-me...

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Poesia-me, Se fores capaz! Entre letras e sensações, Músicas e contradições Escolhendo as situações, Poesia-me, Com algo que me apraz! Ao sentimento apela, Na sinceridade acautela E no olhar revela... Poesia-me Antes que vás! Entre vales e montanhas, Entre rios e mares, Ao som da natureza Poesia-me, Sabes como se faz, E com pouco o conseguirás. Poesia-me, Se fores capaz!

Preconceito

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Porque não ser diferente?... Talvez diferente Seja mais bem aceite... Ou talvez não, Quem sabe? Tanto preconceito. Preconceito p'la cor, P'la raça, p'lo físico... Quando numa tela Tudo é artístico, Quando num palco Tudo se representa De uma forma tão leal e atenta... Somos nós esses artistas. Artistas de rua, de tela, de palco, da vida... Artistas que se completam Mas que também se intrometem Com certezas indefinidas. À tolerância se apela. Então sejamos realistas Reembarquemos na «caravela» E recomecemos a «conquistar» Objetivos menos egocentristas!

Julgar

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Julgo... Modo brutal do verbo julgar Num tempo possivelmente intencionado Que em cada dia se conjuga sem pensar Esquecendo que também se pode ser julgado. Julgando ... gerúndio continuado Julgo ... presente propositado Julguei ... passado já processado Julgarei ... futuro que pode ser evitado. Julgo-me talvez com fundamento Julgo-te em determinado momento Julgo-vos por falarem sem consentimento Julgando que o julgar é argumento.

Sinto...

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Sinto que sempre estou Que sempre sou Mas que nem sempre estão Nem sempre são. E porque sei o que sou E sei que me dou Sinto que muito me mudou... Lá no fundo Lá muito no fundo Sinto que a mágua me inundou E que a força me empurrou Para aquele limiar Que então me abraçou E jamais me deixou... Sinto que nada É como aparenta ser E também que para ser É preciso fazer acontecer Sem nada ser preciso perder...

Lágrima

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Cada lágrima sua Pálida e transparente Cheia de dor sentida Me transtorna a mente. Evitaria se pudesse Que a lágrima fosse sua E que a dor a corroesse Nesta vida quase nua. É triste sentir o sofrimento De uma forma tão amarga Que fazer algo é impedimento Uma vez que a lágrima não a larga. Sei também que alivia Deixar a lágrima cair Porque ao cair a acaricía Tão levemente que a faz sorrir.

Sentimento

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Poderoso é o sentimento Que nos envolve Quando se descobre Que aquele é o momento Em que tudo se resolve... Poderoso é o sentimento Que nos consome Quando se olha em redor E se sente um vazio Por falta de um amor maior... Poderoso é o sentimento Que nos abraça Quando ao pensar que se está só Alguém nos segura a mão Conseguindo que a solidão se desfaça...

Infelicidade do outro

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O desassossego da infelicidade do outro, Andando por caminhos desconhecidos Percorridos em linhas desconexas, Leva-o à crítica constante A gente sossegada e feliz Que vive de uma forma consistente Com a simplicidade como cariz... O desassossego da infelicidade do outro, Fazendo-o viver num desapego Ao amor real e verdadeiro, Leva-o a aninhar-se na solidão De um modo desinteressado pela vida, Ao ponto de não entender Que alguém que passa leva-lhe ao coração Uma forma de poder ser feliz...

Além do horizonte

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Lá longe... Tão longe... Para além do horizonte Será que algum dia saberei o que há? Imagino com curiosidade, Mas não vislumbro qualquer atividade. Leva-me a refletir de como seria, A pensar no que haveria. Para além do horizonte Será abismo ou realidade? Permite-me sentir, sonhar. Sei lá... Assim, sentada na praia Num olhar sem fim, Para uma linha bem definida Numa paisagem feita de cetim. O que será? Lá longe... Tão longe... Para além do horizonte Será que algum dia saberei o que há?...

Um olhar

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E quando um olhar se cruza Como filamentos ao luar, Fica sem saber qual o rumo Que então deveria tomar... E quando um olhar se encontra Enfrentando-se sem esperar, Sem proferir palavra Fica com a certeza de continuar... E quando um olhar se confunde Num outro olhar que vagueia, Sem sentir algo que o chame Se desfaz em devaneio... Mas quando um olhar se mantém Exprimindo o seu sentimento, Depressa se transforma em algo Especial a cada momento.

Hoje

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Hoje... Não me apetece ser alguém. Apetece-me ser o vento que sopra, Ser a gota de água que me molha, Ser a nuvem passageira Que me leva mais além... Hoje... Apetece-me ser o pássaro que canta, As folhas das árvores que dançam, As pedras distribuídas pelo monte, A água do mar que me encanta... Hoje... Não me apetece ser alguém. Apetece-me sentir o ser na sua leveza, A pureza da nossa existência, O perfume da natureza Num ato de delicada beleza. Hoje... Apetece-me...

Menino de rua

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Tu Menino de rua Que com as tua lágrimas Entristeces o meu sorriso, Que com a tua necessidade Me fazes dispensar O que não é preciso, Que com os teus pés descalços Cheios de escaras, Me comoves p'lo esforço E a p'la dor que encaras. Tu Menino de rua Que cresces demasiado depressa, Que só pedes uma trégua À procura de uma recompensa, Que com os brinquedos que usas Brincas, no entanto, com essência. Tens uma realidade amarga De uma absoluta abstinência... Tu Menino de rua Nascida de uma verdade muda, Crescendo sempre sózinho Procurando uma oportunidade futura, Precisas de amor e carinho Para sentires que a esperança perdura...

Questionando-me

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O que me pertence? O sonho. O que desconheço? O instinto. O que partilho? O sorriso, Só porque preciso. O que me entristece? O olhar crítico Perante o ser diferente. O que não suporto? A superioridade, Que tano define a desigualdade. O que é necessário? A amizade e o carinho Dos que aparecem no nosso caminho. O que se retribui? Aquele abraço Quando dado sem cansaço. O que nos define? A emoção Quando nos damos sem exaustão!

Noite de verão

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Numa noite quente de verão Andando descalça naquela praia Sentindo a brisa na minha melancolia, Apeteceu-me respirar maresia Cumprimentando as estrelas que me sorriam Como um soltar de sentimentos Que me explicavam determinados momentos... Como eu precisava de acalmar a mente Depositando em mim nova semente Para que o futuro pudesse ser diferente... Numa noite quente de verão Naquela praia que tanto me delicia, Estar só era o que eu mais queria Procurando a calma que me dominaria Para continuar a apreciar o dia a dia Mergulhada na minha própria alegria!

Silêncio

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Preciso de silêncio... Silêncio para relaxar E renovar o pensamento, Para me responder A tudo o que não quero perguntar. Preciso de silêncio P'ra encontrar o meu lugar, E para que possa falar. Na sua sabedoria Encontro a resposta perfeita P'ra viver o dia a dia. Preciso de silêncio. O silêncio É a respiração do meu sentir, P'ra que a minha vida possa fluir...

O sonho

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O sonho faz parte de mim. É onde encontro a tranquilidade P'ra viver o que não vivo. É onde procuro a serenidade P'ra viver o que vivo. No sonho É onde posso questionar Sem que me questionem. É onde vivo sem preconceitos E ultrapasso os limites do razoável. É onde posso explorar o inexplorável, Porque é permitido... No sonho tudo é permitido. O sonho alivia a alma. O sonho alimenta a vida...

Porque escrevo

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Escrevo sem pretensão. Escrevo porque gosto. Gosto de me exprimir escrevendo, Gosto de me sentir lendo. Ao escrever sinto-me leve. Ao escrever desabafo. Ao pensar gosto de partilhar, De deixar pensamentos no ar Para que alguém os possa apanhar. Observo em meu redor Para refletir melhor. Sinto o dia a dia Sem ser com utopia P'r escrever em sintonia. Escrever faz-me bem, É um modo de falar com alguém. Mas escrevo sem pretensão Sempre sem outra intensão Que não escrever com emoção.